12 livros para 2019 e outras metas literárias | Letícia

23:38

Aquele post em que eu faço promessas e listas que sabe-se lá se conseguirei cumprir



As metas literárias para 2018 não foram muito presunçosas. Dentre elas, listei 12 livros que estavam parados na minha estante e também estipulei uma meta de 40 livros. Para muitos leitores e leitoras, isso não seria desafiador, mas junte isso à conclusão de uma graduação com escrita e entrega do Trabalho de Conclusão de Curso, o famoso TCC.

Mais uma vez li muito menos do que eu desejava, foram apenas 12 livros e apenas dois estavam na minha meta. Deixando esses ressentimentos para trás e agora com mais tempo livre, estou aqui novamente na minha época favorita do ano: aquela que a gente faz listas e mais listas e promete que vai ler mais.

Ainda no clima de me perguntar “será que eu estou vivendo ou apenas deixando livros pela metade”, o principal meta do ano continua sendo de desempacar os livros que estão na minha estante e terminar os que eu deixei pela metade. A quantidade de livros que quero ler também se mantém como 40 livros.

Além disso, também quero começar e terminar duas séries, ler mais autores e autoras fora do eixo EUA-Europa, continuar lendo livros nacionais e concluir minhas aventuras pela literatura clássica.

12 livros para 2019

A lista de 12 livros para 2019 trouxe alguns títulos deixados de lado em 2018. Além disso, também coloquei dois livros reportagem, que traz outra meta pessoal para as minhas leituras: ler mais livros jornalísticos.

Confira os 12 livros:

1 - Crime e castigo (Fiódor dostoievski): Crime e castigo foi escrito em 1866 e narra a história de Raskólnikov, o estudante que comete um assassinato e procura justificar seu crime de forma racional. O anti-herói de Dostoiévski encarna o niilismo de uma época de colapso dos valores tradicionais.



2 - On the road  (Jack Kerouac): 
Sal Paradise é o narrador de On the road - pé na estrada. Ele vive com sua tia em New Jersey, Estados Unidos, enquanto tenta escrever um livro. Ele é inteligente, carismático e tem muitos amigos. Até que em Nova York ele conhece um charmoso e alucinante andarilho de Denver de personalidade magnética chamado Dean Moriarty. Dean é cinco anos mais novo que Sal, mas compartilha o seu amor por literatura e jazz, e a ânsia de correr o mundo. Tornam-se amigos e, juntos, atravessam os Estados Unidos, deparando-se com os mais variados tipos de pessoas, numa jornada que é tanto uma viagem pelo interior de um país quanto uma viagem de auto-conhecimento - de uma geração assim como dos personagens.




3 - Folhas de relva (Walt Whitman): Nesta edição bilíngüe Whitman e seu livro, que se fundiram num mesmo projeto de vida e de linguagem, alteraram os rumos da poesia moderna como uma onda cujos impactos podem ser sentidos até hoje. Whitman afetou a sensibilidade e a obra de várias gerações de escritores e artistas, de Isadora Duncan a Borges, de Maiakovski a Ginsberg. Como relva, para usarmos sua imagem-matriz, o livro cresceu organicamente, sofrendo um processo de expansão, remanejamento e revisão ao longo de nove edições.



4 -Terra Estranha  (James Baldwin): Tendo como pano de fundo a agitada cena musical de Nova York dos anos 1950, Terra estranha é um retrato franco sobre bissexualidade e relações inter-raciais, publicado em uma época em que esses assuntos eram tabu.Este romance de fôlego, publicado em 1962, tem como pano de fundo os clubes de jazz de Greenwich Village, em Nova York, na década de 1950. Rufus, um baterista negro em decadência, se envolve com Leona, uma mulher branca nascida no sul dos Estados Unidos. Dessa relação complexa em sua origem, desdobram-se temas caros a James Baldwin, como raça, nacionalismo, identidade, depressão e bissexualidade.Em Terra estranha, o celebrado autor de O quarto de Giovanni constrói uma obra comovente, violenta e apaixonada, cujos personagens tentam reverter a todo custo as barreiras da segregação racial e das convenções burguesas em busca da felicidade e de si mesmos.



5 -Admirável mundo novo (Aldous Huxley): A Terra agora se divide em dez grandes regiões administrativas. A população de dois bilhões de seres humanos é formada por castas com traços distintivos manipulados pela engenharia genética: nos laboratórios são definidos os poucos dotados, destinados aos rigores do trabalho braçal, e também os que crescem para comandar. Não há espaço para a surpresa, para o imprevisto. O slogan "comunidade, identidade e estabilidade" sustenta a trama do tecido social. Estamos no ano 632 depois de Ford - aquele da linha de produção de automóveis -, quando o amor é proibido e o sexo, estimulado.

Tais ingredientes levaram Admirável Mundo Novo a figurar ao lado e 1984, de George Orwell, como uma das principais obras antiutópicas do século XX, em que um futuro sombrio aguarda a humanidade. David Bradshaw, estudioso de Oxford, veria ainda no livro uma sátira do inglês, refinado e cultíssimo Huxley à crescente influência americana no período entre guerras, que trazia a reboque a cultura de massas e o "american way of life".




6 - A vida que ninguém vê (Eliane Brum): Uma repórter em busca dos acontecimentos que não viram notícia e das pessoas que não são celebridades. Uma cronista à procura do extraordinário contido em cada vida anônima. Uma escritora que mergulha no cotidiano para provar que não existem vidas comuns. O mendigo que jamais pediu coisa alguma. O carregador de malas do aeroporto que nunca voou. O macaco que ao fugir da jaula foi ao bar beber uma cerveja. O álbum de fotografias atirado no lixo que começa com uma moça de família e termina com uma corista. O homem que comia vidro, mas só se machucava com a invisibilidade.

Essas fascinantes histórias da vida real fizeram sucesso no final dos anos 90, quando as crônicas-reportagens eram publicadas na edição de sábado do jornal Zero Hora. Reunidas agora em livro, formam uma obra que emociona pela sensibilidade da prosa de Eliane Brum e pela agudeza do olhar que a repórter imprime aos seus personagens - todos eles tão extraordinariamente reais que parecem saídos de um livro de ficção.



7 - Holocausto brasileiro  (Daniela Arbex): Neste livro-reportagem fundamental, a premiada jornalista Daniela Arbex resgata do esquecimento um dos capítulos mais macabros da nossa história: a barbárie e a desumanidade praticadas, durante a maior parte do século XX, no maior hospício do Brasil, conhecido por Colônia, situado na cidade mineira de Barbacena. Ao fazê-lo, a autora traz à luz um genocídio cometido, sistematicamente, pelo Estado brasileiro, com a conivência de médicos, funcionários e também da população, pois nenhuma violação dos direitos humanos mais básicos se sustenta por tanto tempo sem a omissão da sociedade.

Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros da Colônia. Em sua maioria, haviam sido internadas à força. Cerca de 70% não tinham diagnóstico de doença mental. Eram epiléticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, gente que se rebelava ou que se tornara incômoda para alguém com mais poder. Eram meninas grávidas violentadas por seus patrões, esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a amante, filhas de fazendeiros que perderam a virgindade antes do casamento, homens e mulheres que haviam extraviado seus documentos. Alguns eram apenas tímidos. Pelo menos 33 eram crianças.




8 - Mayombe (Pepetela): Publicado originalmente em 1980, "Mayombe" foi escrito durante a participação de Pepetela na guerra de libertação de Angola, e retrata o cotidiano dos guerrilheiros do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) em luta contra as tropas portuguesas. O romance inova ao abordar não somente as ações, mas os sentimentos e reflexões daquele grupo, as contradições e conflitos que permeavam sua organização e as relações estabelecidas entre pessoas que buscavam construir uma nova Angola livre da colonização.




9 - Felicidade conjugal (Lev Tolstoi): Publicada em 1859, quando o escritor tinha pouco mais de trinta anos, 'Felicidade conjugal' é talvez a primeira obra-prima de Lev Tolstói e prenuncia um tema que terá importância na vida do autor russo - o tema do desejo, neste caso apreendido do ponto de vista feminino.



10 - O sol é para todos (Harper Lee): Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.



11 - Contos completos (Virginia Woolf): Reunindo pela primeira vez os contos completos de Virginia Woolf, o que inclui o inédito no Brasil "Um diálogo no monte Pentélico", e com uma nova tradução, pelo poeta Leonardo Fróes, este volume se destaca por trazer à tona a rica tessitura literária de uma das maiores autoras inglesas do século XX (1882-1941). Sendo escritora modernista por excelência, Virginia reinventa a narrativa de forma a quase sempre fugir da descrição de uma ação linear.

As falas, os pensamentos e as ações de seus personagens são reembaralhados, e distribuídos de forma original, muitas vezes imbricados às reflexões da narradora. Como no conto "Kew Gardens", por exemplo, no qual não há sequer uma ação propriamente dita, todo ele se passando durante uma caminhada pelos jardins públicos, preenchida por reflexões e por um olhar desviante desprezados pela narrativa tradicional, como o simples andar de um caramujo pelo chão.



12 - O jardim secreto (F. H. Burnett): Clássico da literatura inglesa, O Jardim Secreto conta a história de duas crianças solitárias que decidem restaurar um jardim proibido, cujo mistério remete a um acidente ocorrido anos atrás.

A amizade improvável entre os dois personagens funciona como uma metáfora para a descoberta do mundo e para o autoconhecimento.


Desafio Literature-se

Para variar os gêneros e também imergir um pouco no estudo sobre teoria literária, aceitei o desafio da Mell Ferraz do canal Literatura-se. No vídeo de apresentação, ela propõe doze categorias diferentes para lermos ao longo do ano. Mensalmente, ela irá apresentar as categorias e falar mais sobre as características das obras.

  • Uma história muito conhecida (nem tanto pelo livro)
  • Tragédia
  • Bildungs roman
  • Folhetim
  • Literatura gótica
  • Literatura fantástica
  • Distopia
  • Roman à clef
  • Intertextualidade
  • Noveau roman
  • Contos
  • Poesia

Para saber mais e acompanhar essa jornada para cumprir as promessas e metas de começo de ano, siga o RC nas redes sociais e também me adiciona no skoob ou no goodreads.

Bom ano e boas leituras para a gente 📚✨

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