[CinematekaDaFani] Campo dos Sonhos (Field of Dreams, 1989)
21:35
Citação favorita da Fani:
Ray Kinsella: Então o que você quer?
Terence Mann: Eu quero que eles parem de me
pedir respostas, de me implorar para falar de novo,
escrever de novo, ser um líder. Eu quero que eles
passem a pensar por eles mesmos... Eu quero
minha privacidade.
Eu enrolei, protelei, titubeei, mas eis que, finalmente, eu vi o próximo filme da lista do Cinemateka da Fani. Hoje é dele que iremos falar e, antes de mais nada, já adianto que ele me surpreendeu e foi o primeiro filme do projeto até agora que conseguiu arrancar lágrimas de mim. Então, falemos sobre “Campo dos Sonhos” (Field of Dreams, 1989).
Sinopse:
Um fazendeiro de Iowa, Ray Kinsella (Kevin Costner), ouve a seguinte frase: "se você construir, ele virá". No início Ray achou que era apenas sua imaginação, pois sua mulher, Annie (Amy Madigan), não ouviu nada e a filha deles, Karin (Gaby Hoffman), também nada escutou. Além disto a voz não explicava o que devia construir e quem viria em razão disto. Ray tem algumas visões e entende que deverá construir um campo de baseball, o que fará com que "Shoeless" Joe Jackson (Ray Liotta) volte a jogar. Acontece que Joe não jogava há mais de 50 anos, pois em 1920, juntamente com outros 7 jogadores, foi acusado de entregar o campeonato e impedido de jogar para sempre. Joe nem estava vivo e, mesmo sabendo que construir um campo de baseball iria afetar sua plantação de milho e o deixaria em uma delicada posição financeira, Ray resolve acatar o pedido da voz. O que estava para vir era algo que Ray e sua família não poderiam imaginar.
_________________________________________________________________________________
A primeira coisa que não passa despercebida no longa é a sua negligência nas explicações, e isso de uma forma proposital. E não, não é uma crítica negativa, essa ignorância que o próprio enredo nos oferece é de vital importância para que acreditemos em sua história.
Ray Kinsella é um fazendeiro que vive em Iowa. Uma tarde, enquanto trabalha em sua plantação de milho, ele escuta uma voz que lhe diz, simplesmente, “Se você construir, ele virá”. E daí para o desenrolar do filme é um piscar de olhos. Literalmente. Em um primeiro momento, Ray acredita que estejam pregando-lhe uma peça, quando constata que não, começa a pensar que esteja ficando louco. Mas, logo após ele tem a visão de um campo de baseball construído sobre sua plantação e ele entende o que a voz está pedindo para que ele construa. E ele o constrói, destruindo parte da plantação que sustenta sua família, sofrendo pressão do banco para o pagamento da hipoteca que entra em atraso e sendo ridicularizado pela comunidade local.
Essa apresentação acontece rápido demais, em menos de 15 minutos acaba-se a parte introdutória da narrativa e todo o longa se desenrola em Ray seguir os comandos da voz misteriosa e lutar por um sonho que para muitos trata-se de pura loucura. Fora esse ponto de rapidez da narrativa, constrói-se aqui um verdadeiro clássico.
Um elenco de extremo peso, afinal estamos falando de Kevin Costner e Ray Lyotta, nos apresenta uma história fantástica e, puramente, mágica. Ray e sua família (Annie, a esposa e Karin, a filha do casal) agem normalmente e, ao contrário de espantados, com total fascínio quando jogadores de baseball banidos do esporte injustamente há muito tempo mortos, aparecem no campo do quintal de sua casa para jogar. E quando Kinsella acredita que seu trabalho tenha terminado, a voz retorna para dar novos comandos como: “Alivie a dor dele”.
Evasiva, a voz faz com que Ray saia numa viagem em busca de um escritor com um sonho perdido, um médico com um sonho não realizado, até ele se deparar com a oportunidade de reparar um erro antigo. Essa evasão soa até como uma brincadeira com o próprio longa, afinal a voz dá um comando a Ray e ele age, independente de se explicar o porquê ou não, assim como no filme, nós assistimos, mas não temos explicações das motivações das decisões tomadas pelos personagens, mas ainda assim, nos vemos atraídos, encantados e emocionados com o desenrolar da história.
Pela temática do longa ser em torno do baseball, algumas pessoas (e eu me incluo nelas) podem ter um certo receio em assistir ao filme, mas a história é mais do que aqueles clichês de enredos que contam a trajetória de um time ou o amor de um garoto pelo esporte e sua luta para se tornar um jogador profissional, não, nada disso. Ela narra, com muita sutileza e simplicidade, a trajetória de um homem comum que se vê em uma situação inusitada, não questiona os porquês e só age por sentir que deve agir, fazer algo para realizar sonhos de pessoas em vida ou não.
O longa teve três indicações ao Oscar: Melhor roteiro, melhor trilha sonora e melhor fotografia. Em questão de roteiro, a crítica que fica é somente a correria com a introdução do enredo, mas a simplicidade dele é encantadora e prende a curiosidade do espectador. A trilha sonora, não há nada de espetacular, inovador ou impressionante, mas não perde o charme e condiz com o tema dramático do filme. Mas a fotografia é maravilhosa, o contraste do céu e o milharal, as cores do entardecer muito utilizadas e a última cena com uma vista área de encher os olhos. É uma pena que esse prêmio não tenha vindo para o longa.
Em suma, “Campo dos Sonhos” é um filme que narra bem mais do que a história de um homem e sua relação com um esporte, é uma história de luta pelos sonhos, de remissão, de segundas chances, tanto em vida como em morte, é um tributo à pessoas que lutaram até o fim pelo que queriam e acreditavam, uma história da busca pela realização, da procura e do encontro do seu paraíso, nem que esse paraíso seja um cantinho isolado no Iowa.
A primeira coisa que não passa despercebida no longa é a sua negligência nas explicações, e isso de uma forma proposital. E não, não é uma crítica negativa, essa ignorância que o próprio enredo nos oferece é de vital importância para que acreditemos em sua história.
Ray Kinsella é um fazendeiro que vive em Iowa. Uma tarde, enquanto trabalha em sua plantação de milho, ele escuta uma voz que lhe diz, simplesmente, “Se você construir, ele virá”. E daí para o desenrolar do filme é um piscar de olhos. Literalmente. Em um primeiro momento, Ray acredita que estejam pregando-lhe uma peça, quando constata que não, começa a pensar que esteja ficando louco. Mas, logo após ele tem a visão de um campo de baseball construído sobre sua plantação e ele entende o que a voz está pedindo para que ele construa. E ele o constrói, destruindo parte da plantação que sustenta sua família, sofrendo pressão do banco para o pagamento da hipoteca que entra em atraso e sendo ridicularizado pela comunidade local.
Joe Jackson e Ray Kinsella |
Um elenco de extremo peso, afinal estamos falando de Kevin Costner e Ray Lyotta, nos apresenta uma história fantástica e, puramente, mágica. Ray e sua família (Annie, a esposa e Karin, a filha do casal) agem normalmente e, ao contrário de espantados, com total fascínio quando jogadores de baseball banidos do esporte injustamente há muito tempo mortos, aparecem no campo do quintal de sua casa para jogar. E quando Kinsella acredita que seu trabalho tenha terminado, a voz retorna para dar novos comandos como: “Alivie a dor dele”.
Família Kinsella |
Doutor Archibald 'Moonlight' Graham e escritor Terence Mann |
O longa teve três indicações ao Oscar: Melhor roteiro, melhor trilha sonora e melhor fotografia. Em questão de roteiro, a crítica que fica é somente a correria com a introdução do enredo, mas a simplicidade dele é encantadora e prende a curiosidade do espectador. A trilha sonora, não há nada de espetacular, inovador ou impressionante, mas não perde o charme e condiz com o tema dramático do filme. Mas a fotografia é maravilhosa, o contraste do céu e o milharal, as cores do entardecer muito utilizadas e a última cena com uma vista área de encher os olhos. É uma pena que esse prêmio não tenha vindo para o longa.
Em suma, “Campo dos Sonhos” é um filme que narra bem mais do que a história de um homem e sua relação com um esporte, é uma história de luta pelos sonhos, de remissão, de segundas chances, tanto em vida como em morte, é um tributo à pessoas que lutaram até o fim pelo que queriam e acreditavam, uma história da busca pela realização, da procura e do encontro do seu paraíso, nem que esse paraíso seja um cantinho isolado no Iowa.
1 comentários
Adorei a história, vou aproveitar as férias para assistir!!
ResponderExcluirAmei o blog e já estou seguindo!! Se quiser retribuir, meu link é www.ellenmelloblog.blogspot.com
Bjss
O que achou? Deixe seu comentário! :)
Obrigado por nos visitar