[Resenha] Garoto Encontra Garoto

Olá leitores!

Tudo bem com vocês? Comigo está tudo bem.

Garoto Encontra Garoto do David Levithan foi a minha primeira leitura do ano. Esse livro eu comprei em uma promoção na Amazon e acabei pagando menos de R$10 o que o fez ser um dos meus achados. Depois de amar imensamente Will & Will: Um nome, um destino do David Levithan e do John Green ,  decidi que deveria ler mais coisas do Levithan. Porque do Green eu já tinha lido todos de cabo a rabo. Minhas expectativas estavam lá no alto, o que convenhamos não é bom  para nenhuma leitura, creio que foi esse um dos fatores que deixou minha experiência com a obra não uma das melhores.

Garoto Encontra Garoto é narrado por Paul, um garoto que está no último ano do ensino  médio, mora em uma cidade onde sua orientação sexual não vai interferir no percurso da sua vida, ou seja, não há homofobia, transfobia, etc. Logo no início do enredo Paul se depara com um garoto muito simpático (e bonito haha) que vem falar com ele. Paul descobre que Noah estuda na mesma escola que ele e que acabou de se mudar. Neste início, o foco do enredo está no relacionamento de Paul e Noah, que aos poucos vai crescendo. Mas alguns empecilhos ocorrem e os dois se separam, então Paul tem de reconquistar Noah.

Apesar de parecer clichê, Levithan trabalha o romance de uma forma onde os acontecimentos não são algo impossível de acontecer. Além de ele trabalhar questão da representatividade, o protagonista, Paul, desde muito cedo sabia qual era a sua orientação sexual, antes mesmo de entrar na adolescência, de fato, ele sabia que era gay. Essa parte no livro é bem explorada, uma vez que toda a história é narrada pelo próprio Paul. Os personagens secundários também foram bem elaborados nessa questão, há Infinite Darlene uma transgênero, que joga no time de futebol americano e é um dos principais jogadores.

O livro diz muito a respeito da aceitação e de ter sua identidade, por isso há personagens bem resolvidos como Paul e Infinite Darlene, mas também traz enfoque para o processo que é percorrido para chegar a esta aceitação, de fato. Isso é muito bem visualizado em Kyle, ex-namorado de Paul, que está se confrontando sobre a possibilidade de ser bissexual e também Tony, que esconde dos pais religiosos sua verdadeira orientação sexual.

O cenário de um lugar, onde a aceitação é predominante, torna-se necessário para criar um ambiente onde o romance de Paul e Noah tenha sua real leveza e um ar singelo, livre dos preconceitos, mostrando o amor entre os jovens assim como ele o é. Mesmo pondo em debate um tema tão em voga, David Levithan traz um romance corriqueiro com um clima arrastado, por isso não me foi tão atraente. Mas é uma ótima indicação de leitura leve e divertida e ainda conta com um elemento surpresa (descobrir aonde ele está no livro vou deixar como uma tarefa de vocês).