[Crítica] Capitão América: Guerra Civil - Sem spoilers

19:59

Eu precisei de um tempo de digestão do filme para fazer esse post sem a euforia de ter acabado de vê-lo, mas agora que um bom tempo passou (e coloca tempo nisso, afinal estamos falando do atrasadíssimos), eu já posso dizer: Na minha opinião, não, "Capitão América: Guerra Civil" não é o melhor filme da Marvel, maaaaaas (acalmem os ânimos e ainda não me crucifiquem) com toda a certeza, ele entra na minha lista dos 5 melhores.


A história, todo fã de quadrinhos conhece, mas quem não gosta de HQ's também já deve ter ouvido falar algo sobre ela. O filme começa a narrar os acontecimentos posteriores aos ocorridos em TODOS os outros 12 filmes lançados pela Marvel que conta a história dos integrantes dos Vingadores, ou seja, se você perdeu algum filme entre "Homem de Ferro 1", lançado em 2008, até "Vingadores - A era de Ultron", lançado em 2015, para tudo e antes de assistir "Capitão América: Guerra Civil" vai lá e coloca os filmes Marvel em dia. O enredo pressupõe que todas as histórias e os personagens já são conhecidos do público e explora essa informação desde o início.

A trama se inicia quando, após um desastroso desfecho em uma das missões dos Vingadores na Nigéria, os líderes dos governos do mundo, representados pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos, Ross (para quem não lembra, ele aparece em "O Incrível Hulk"), convocam por meio de uma lei que os Vingadores passem a responder para uma comissão da ONU (Organização das Nações Unidas), ou seja, eles deixem de ser uma organização autônoma.

Em meio a esse empasse, Tony Stark, o carismático Homem de Ferro, começa a defender a pauta governista sob influência da pressão e culpa que sente pelas mortes de pessoas inocentes nas ações executadas pelos Vingadores, principalmente, no episódio que aconteceu em Sokovia, no final de “A era de Ultron”, Tony defende que as ações dos heróis devam ser controladas para que se evite que civis se machuquem ou morram em confrontos entre vilões versus vingadores.

Por outro lado, Steve Rogers, o emblemático Capitão América, está descrente do governo depois de todos os acontecimentos pelos quais passou. Ele acredita que não há ninguém, além dos próprios Vingadores, que deva discernir entre intervir ou não em um combate que possa alcançar proporções inimagináveis, caso o governo demore em agir. A autonomia dos Vingadores é o que traz a segurança à humanidade. Outro ponto fundamental para que o herói se coloque contra a lei é o envolvimento do seu amigo de infância, Bucky; conhecido também como Soldado Invernal, na trama. Ao perceber que o companheiro de guerra está correndo perigo, o Capitão se coloca à disposição em ajudar o amigo, mesmo que isso signifique que ele mesmo se torne um “fora da lei”.

Mais do que um filme onde você escolhe um lado para apoiar, o longa desconstruirá as imagens que temos dos nossos heróis, você irá redescobrir quem são Homem de Ferro e Capitão América. A carga dramática que se instaura nas telonas é incomparável com qualquer outro filme já produzido pela Marvel. Os irmãos Russo, responsáveis pela direção do longa, trabalham muito bem outro lado das personalidades dos dois heróis: Aqui não vemos mais um Tony Stark tão irônico, cômico e cheio de si, mas um homem com remorsos, traumas do passado e que tem problemas com seu relacionamento. No caso de Rogers, não vemos mais o menino cheio de sonhos patrióticos e que acata as decisões governistas sem questionar, Steve está desconfiado e até a sua lealdade para com os amigos pode ser questionada em algum ponto da história.


A trama se passa em um ambiente bem mais real, nada de alienígenas, deuses ou robôs que ganham vida, não. Aqui nos é apresentado uma discussão onde está se tratando de civis, governos de Estados e os próprios heróis e as consequências que suas ações causam na humanidade. O filme discute vigilantismo, mas ainda há um toque daquela velha richa do Capitão América, que nasceu para lutar contra o nazismo e posteriormente serviu de arma contra o comunismo e a ideia da URSS vermelha, ainda é notável essa dicotomia do azul contra o vermelho em alguns momentos. E cá entre nós, precisamos superar isso, não é Marvel?! Guerra Fria já acabou!


Apesar de toda a carga dramática do longa, o alívio cômico fica à cargo de Homem Formiga e Homem Aranha, que deixa um gostinho de quero mais no espectador, já preparando o público para seu aguardado reboot e por mais que ele tenha entrado no enredo apenas na cena mais aguardada do filme, sem sombra de dúvidas, teve tempo suficiente para roubar o brilho de qualquer outro personagem em ação. O que já não podemos dizer o mesmo do vilão da vez, Zemo. Ele acaba sendo quase que desnecessário, tirando o fato que ele serve de gatilho para esquentar cada vez mais a guerra ideológica entre os Vingadores, fora isso, descartável!

Da esquerda para a direita: Homem Aranha e Zemo
Mas o grande destaque desse longa, indiscutivelmente, é o Pantera Negra. O design do uniforme, as lutas muito bem coreografadas e seu envolvimento com os Vingadores engatilhado apenas pelo desejo de vingança (irônico, não?!) faz a sua participação ser eletrizante e hipnotizar quem assiste, mas eu vou parar por aqui, porque, com certeza, ele será a surpresa desse filme, o que também aumenta as expectativas para um futuro longa solo do personagem.


Inegavelmente, “Capitão América: Guerra Civil” é um marco no jeito de fazer filmes da Marvel. Muitas pessoas ficam esperando uma comparação entre “Capitão América: Guerra Civil” e “Batman x Superman”, porém a Marvel rompeu com um estilo que estava empregado desde os longas anteriores e criou um novo nível de padrão de qualidade para filmes de super heróis, exigindo mais de si mesma para as próximas produções e também de sua atual concorrente nas telonas, a DC Comics, tornando a comparação até injusta nesse momento.

E que venha “Vingadores: Guerra Infinita”!!!



                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             


Esse post faz parte da série atrasadinhos, são sete dias de posts para colocar vocês em dia de todos os projetos e novidades do Refração Cultural.

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2 comentários

  1. Concordo bastante com a sua crítica, Barbara, até a parte de não ser o melhor filme, haha. Fui assistir torcendo pelo Cap, mas na prática não deu pra torcer pra nenhum dos dois, achei que ambos os lados tiveram seus erros e acertos e eu só queria que a galera fizesse as pazes logo.
    E isso que você falou do Zemo é verdade - e eu acho que os melhores vilões da Marvel estão nas séries da Netflix.
    Não estava muito interessada no Homem-Aranha, mas depois de Guerra Civil já quero conferir o filme dele, e claro, do Pantera Negra também. :)

    Beijos!
    Vestindo o Tédio

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    Respostas
    1. Ain, Bia, vou te contar, fui toda cheia de expectativas para esse longa. Mas como você mesma disse não há como escolher um lado, são pontos de vista que possuem seus prós e, claro, seus contras. Em uma parte do filme eu estava TeamIronMan, em outra TeamCap, até que no final eu fiquei, ok gente, melhor cada um seguir seu lado, desfazer o clubinho ou começar tudo de novo porque não dá mais, sabe?! Muita treta HAHAHAHA
      Quanto aos vilões, confesso que ainda não parei para ver as séries no netflix, preciso colocar em dia com urgência. Mas sem sombra de dúvidas, nas telonas, até agora nenhum superou o Loki do primeiro Vingadores, nem chegou aos pés.
      Fora isso, muita expectativa para Homem-Aranha *---*

      Beijos ;**

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