[CinematekaDaFani] Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, 1951)
02:19Citação favorita da Fani:
Alice: Seria tão bom que alguma coisa
fizesse sentido para variar!
Voltei com mais uma resenha de filmes para o Cinemateka da Fani!! E, coincidentemente, é uma das minhas animações favoritas da Disney. É aquela história que todo mundo conhece sobre uma menina, um coelho e um lugar fantástico. A resenha de hoje é da animação "Alice no País das Maravilhas" (Alice in Wonderland, 1951).
Sinopse:
Alice (Kathryn Beaumont/ Therezinha) é uma garota curiosa e cansada da monotonia de sua vida. Um dia, ao seguir o apressado Coelho Branco (Bill Thompson), ela entra no País das Maravilhas. Lá ela conhece diversos seres incríveis, como o Chapeleiro Louco (Ed Wynn/ Otávio França), o Mestre Gato (Sterling Holloway/ José Vasconcellos), a Lagarta (Richard Haydn/ Wellington Botelho) e a Rainha de Copas (Verna Felton/ Sara Nobre).
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A história foi adaptada diversas vezes para o cinema durante décadas. Seu enredo está entre as obras literárias mais complexas e subjetivas, por isso, traz o grande fascínio entre os cineastas que exploram suas inúmeras interpretações para criar roteiros cada vez mais ousados na oportunidade de expressar sua visão daquele mundo original e cheio de simbolismo. O fascínio é tamanho, que até os dias de hoje, as adaptações vem ganhando as telonas como, por exemplo, o último longa inspirado no livro de Lewis Carroll, intitulado "Alice no País das Maravilhas", dirigido por Tim Burton e lançado nos cinemas em 2010. O longa tem continuação prevista para lançamento ainda este ano, 2016, com o título "Alice através do espelho". O mais interessante é que esses dois últimos filmes também são dos estúdios Disney.
À esquerda, poster de "Alice no País das Maravilhas", 2010 e à direita, poster de "Alice através do espelho", previsto para 2016
Em 1951, a Disney se rendeu pela primeira vez aos encantos da história de Carroll. O enredo nos traz a britânica Alice, uma menina muito curiosa, que um dia, enquanto está no jardim ouvindo a irmã mais velha ler um livro de história, se depara com um estranho coelho branco apressado. Após seguí-lo, na intenção de saber a razão de sua pressa, a garota acaba entrando em uma toca de coelho e se aventurando em um mundo de fantasia e criaturas inusitadas.
O roteiro segue piamente a estética dos longas anteriores: Criaturas humanas interagindo com criaturas animais, o visual multicolorido e a musicalidade, essa em especial, usada quase que incessavelmente em Alice por meio de canções e da trilha sonora. Mas, nota-se que a fórmula utilizada nas animações perde sua força em relação as narrativas anteriores, ela não atinge o público com a mesma intensidade que os longas da primeira era de animações de Walt Disney.
Esse desgaste se dá pelo período em que o longa foi lançado, logo após o término da segunda guerra mundial. Para se apreciar um enredo como o de "Alice no País das Maravilhas" é necessário assistí-lo com os olhos de uma criança, afinal a história é feita especialmente para ela e é contada a partir da visão de uma. Porém, essa visão inocente do mundo não era uma missão fácil, tendo em vista os horrores que a guerra provocou nas pessoas daquela época, e a crítica vale até mesmo atualmente, onde vivemos em uma sociedade doentia.
Personagens de "Alice no País das Maravilhas" |
Os diretores da animação, Clyde Geronimi, Wilfred Jackson e Hamilton Luske, transferiram para as telas toda a essência da obra que inspirou o longa criando uma sequência ininterrupta de movimentos aleatórios, sem sentido algum, que apenas caracterizam a imaginação fértil da pequena protagonista. A natureza onírica da história nos é revelada nas apresentações de ambientes surreais como a casa do Coelho Branco, o chá da tarde com o Chapeleiro Louco e a Lebre Maluca, que leva tanto Alice quanto o espectador ao completo surto, ou até mesmo o jardim de flores cantoras e o jardim de rosas vermelhas da Rainha de Copas. Outro ponto marcante da narrativa são os diálogos, todos não fazendo sentido algum. Nesse aspecto podemos destacar os diálogos entre Alice e o Mestre Gato ou Alice e a Lagarta Fumante.
Chegando aos simbolismos, assim como na leitura da obra de Lewis Carroll, as situações vividas por Alice podem nos trazer várias interpretações. Uma das possíveis leituras é que a história em si, nada mais é que uma caricatura e alegoria da passagem entre a infância e a adolescência. Por isso as mudanças de tamanho, a dúvida de que caminho seguir, a necessidade de fazer parte de um grupo. As cenas estão representando cada etapa e transformação que passamos até chegarmos a vida adulta. Porém, a obra tem uma natureza tão subjetiva e particular que inúmeras outras interpretações são aceitáveis para a narrativa.
Concluindo, "Alice no País das Maravilhas" é uma clássica animação típica da Disney, curta e dinâmica, trazendo uma aventura surreal, fantástica e cheia de simbolismos, carregada de diversas visões e interpretações, além de personagens originais e inusitados. Extremamente divertido e encantador, longe de ser uma obra prima, mas que atravessa gerações e ainda fascina adultos e crianças. Leitores, espectadores e cineastas.
8 comentários
Que lindeza!
ResponderExcluirAdorei o post Bá, Alice também é uma das minhas animações favoritas da vida.
Eu amoooooooooooo muito, e não ligo de assistir mil vezes hahha
Um beijo♥
Paloma
surewehaveablog.com.br
Fico muito feliz que tenha gostado, Pa!
ExcluirO projeto é bem trabalhoso, as vezes tem filme que é bem dificilzinho de assistir, mas as vezes é cada filme maravilhoso que simplesmente é natural escrever sobre!
Beijos ♥
Adorei tudo sobre esse seu post, guria! Eu amo demais o livro do Carroll e o filme da Disney de 1951 (se entrar no meu blog rapidinho isso vai ficar evidente haha). Não sei você, mas a versão do Tim Burton não me agrada muito... apenas o fundo do filme tem a história da Alice, e como gosto muito dos filmes dele, gostaria que ele tivesse feito uma adaptação dentro da história original - principalmente com a sequência...
ResponderExcluir-- seu blog é lindinho demais!
http://insidethemmirror.blogspot.com
Luna,
ExcluirA versão do Tim Burton não é uma das minhas favoritas, mas devo confessar que gosto desse olhar mais obscuro sobre a história, tanto que estou pensando até em fazer um post aqui pro blog sobre um game de terror chamado "Alice: Madness Returns", que é uma outra interpretação da história contada no game, e de encantador como o filme de 1951 não tem nada HAHAHAHA
Dei uma passadinha no seu blog e até o nome remete a obra *-*
Beijos!
Eu amo a história da Alice, ainda não assisti a esse filme de 2010, mas ele está na minha lista da netflix.
ResponderExcluirBeijos
Bluebell Bee
Bianca!!
ExcluirCorre que dá tempo de você assistir e ainda pegar a estréia da continuação. Não é uma das minhas adaptações favoritas, mas tem suas qualidades ;)
Beijocas!
Amo "Alice no País da Maravilhas", livro e filme.
ResponderExcluirBjos.
Eu Sou Um Pouco De Cada Livro Que Li
Como não amar?! HAHAHA
ExcluirBeijos de Luz ;**
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